segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Revoluções de Ano Novo - VIII




''Nem todo xeque é xeque mate''

E às vezes o mundo da mesmo umas ginadas malucas...
A noite anterior fez muito calor e naquela manhã específica a chuva caía gelada e amarga.
Com fome e com frio, ele se levantou da cama em busca de um emprego, andou pelo centro da cidade observando atentamente os plaqueiros e os cartazes afixados nas paredes e nas portas de metal das lojas que já faliram.
Andou durante toda a manhã e penseou em desistir, mas lembrou-se de quem estava esperando pelo seu retorno vitorioso em casa.
Olhou atentamente as alternativas, resolveui que passaria nas agências das centrais sindicais, talvez tivessem algo de bom para ele.
Depois de três horas de espera, soube o que já era previsto, nada, sua qualificação não era suficiente, nunca é suficiente para ninguém.
Entristecido e morrendo de fome, bebeu um copo d`água e reavaliou suas alternativas.
A barba por fazer, a barra da calça rasgada e camisa com a gola esfolada não lhe permitiam causar uma boa aparência para ninguém, ele sabia disso, e sabia também que ninguém estava realmente preocupado com o tipo de vida que ele levava, nem estavam querendo saber de seus problemas e ninguém iria mesmo lhe ajudar.
Foi então que, ao atravessar uma passarela do centro, observou o movimento dos carros e toda a loucura da cidade, então teve a brilhante idéia...
Mediu os seus passos, respirou fundo, fechou os olhos e saltou.
A queda demorou menos de um minuto, era horário de pico, o transito já intenso foi interditado pelo corpo sem vida, estatelado no meio da avenida....
Às vezes a vida nos prega umas peças muito muito cruéis...


(¸.•`´(¸.•`´ ``•.¸)` •.¸)

Nenhum comentário: