domingo, 7 de setembro de 2008

Onde tombam os campeões

ou...
Ensaios sobre o futuro


Ele vinha firme e forte, como sempre fez.
Acelerando cada vez mais e nunca pensando em reduzir a marcha.
Sua única certeza era que ia chegar ao final, sabe-se lá como, apenas queria isso.
E nas curvas, acelerava ao invés de reduzir, e nas retas, acelerava e continuava na mesma marcha, sentia o torque do motor, sorria e não aumentava as marchas, apesar de pisar cada vez mais fundo.
Os problemas sempre se repetiam, superaquecimento, derrapagens descontroladas, giros alucinados e o término antes do fim, se é que me entendem.
Mas a experiência leva à perfeição, e em determinada altura do campeonato, a vida se tornou um carro mais leve, resistente, aerodinâmico, rápido, enfim, mais perfeito.
Ele e seu possante são agora uma coisa só, em constante evolução, numa luta interminável, sim, mas um luta mais branda.
Não existem mais outros competidores, seu circuito é único (como aliás sempre foi), e quem passa pela sua pista, à frente, atrás, ou emparelhado, nunca está disputando a mesma prova.
A grande diferença se encontra justamente aí, ele agora sabe disso e não mais se desespera frente as curvas mais perigosas, ou pistas mais escorregadias, corre velozmente, com paciência e sabedoria, apenas conduz seu veículo, como quem está conduzindo com maestria um carrinho de feira em pleno domingo de manhã.
Não existe e nem nunca existiu UMA vitória em si, da mesma forma que não existe UMA felicidade.
Tudo é um, e o UM é apenas uma coleção de tudo o que já foi, o que está sendo e o que será.
Cada minuto, isoladamente é uma vitória, cada segundo é uma celebração e cada curva é sempre a última, por isso deve ser feita sempre com maestria, serenidade e alegria!

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