quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Me desamparei em mim mesmo, em minhas loucuras, em meu amor e nos amores que vivi e que não eram exatamente amores.
Me desamparei em minhas loucuras, de querer estar bem, de querer ser vencedor e de não querer nunca dar o braço a torcer.
Me desamparei em minha teimosia, de ser feliz à todo custo, de desdenhar dos momentos ruins, de ignorar momentos sérios e de querer estar sempre sorrindo, pra fora.
Me desamparei em minhas próprias escolhas, em minha superexposição, em meu choro incontido e em minhas raivas lacônicas.
Me desamparei em minhas próprias ilusões e dentro dessas ilusões levei comigo sonhos alheios, alegrias e amores,esses sim sinceros e que buscavam apenas o mais simples e eu sempre complicando.
Me desamparei em mim mesmo e nas certezas que sempre tive e fechei os olhos e segurei firme mãos que estavam iludidas com minha falsa alegria.
Dei de mim o que pude e escondi profundamente o que não podia.
Quis ser eu e em minha loucura fui outra pessoa.
E me iludi e iludi o mundo, o universo e tudo o mais.
E hoje olho para trás e nada vejo e olho para frente e nada vejo.
Um coração velho e abatido que bombeia mecanicamente apenas porquê é incapaz de parar sozinho.
Me desamparei sozinho por anos consecutivos e hoje busco em vão formas de resgatar minha vida, de me resgatar de mim mesmo, de ser eu, apenas...
Mas quem sou eu?

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