sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Fui descendo pela praia, pelas praias

E deslizando no conforto de meu transporte, me transportando através da maresia e dos bons ventos que me lambiam na Praia dos Milagres desejando-me bom dia.

O sol, me beijando e guiando pela Sigismundo até o Forte de São Francisco e novamente o litoral de pedras e surfistas do "Zé Pequeno" no meu rumo à Casa Caiada.

São muitos nomes, sensações e cheiros que o vento forte do mar, misturado com o chuvisco insesante causado pelas ondas quebrando na praia, que muitas vezes me perco no olhar profundo da imensidão do mar, não vejo pessoas, não vejo placas, só flutuo ao vento, à deriva, olhando bem ao fundo, buscando algum sinal no extremo sul do Atlântico Sul.

Passam nas vistas algumas praias maravilhosas, com águas acalmadas pelos arrecifes de pedras que o bixo-homem vêm fazendo ao longo da costa, uma espécie de quebra-mar artificial que se iludem que pode segurar as forças dos mares caso ele resolva ocupar um pedacinho da costa.

E assim sigo flutuando entre as areias de Janga e suas casas e pousadas litorâneas, algumas parecem abandonadas, com acúmulo de sujeira e muitas portas, janelas e portões castigados pela força da maresia constante.

Passei pela Estátua de Iemanjá e algumas construções que eram ou pareciam ser antigos fortes, entrei pelas ruas e vielas de algumas comunidades mais caiçaras em busca de moradia, afinal de contas meu deslocamento não era somente de passeio, minha finalidade principal era encontrar lugares para morar, eu e Selvagem.

Vi muitas vielas com casas bonitas, algumas pequenas com varandas nas ruas perpendiculares da praia, algumas com quintal diminuto, cabe o Selvagem, cabe meu transporte, estou no litoral, bem no litoral, mais que isso só se comprar um barco e morar dentro do mar.

Me parece que estou quase na ponta do continente, no lugar mais dentro do oceano, na porção de terra mais próxima à Mãe África, sinto seu rugido vindo do mar que invoca as marés e destrói uma destas passagens feitas com toneladas de pedras e que serviam que passagem e acesso à uma das moradias locais, precisei retornar.

Segui por Paulista, entrei em diversas ruas e me apaixonei por muitas casas, quero morar no litoral, bem no litoral, não me importo de me locomover 30 ou 40km diários até Olinda para meus trabalhos, serão 1h30 diárias de deslocamento pelo melhor litoral que eu já vi na minha vida, é claro que entendo os dias de chuva e inverno que terei que enfrentar bem neste litoral, mas vale a pena, quero um casinha agradável no litoral, é isso.

Quando me perdi em pensamentos e retomei à consciência, já estava em Maria Farinha, haviam se passado 3 horas de deslocamento no litoral, pelas ciclocoisas, calçadões, pelas areias de algumas praias, uns trechos de pista e muita exploração das ruas e vielas dos bairros mais caiçaras.

Amei, quero morar no litoral, já falei isso? Bem dentro do mar, se puder vou comprar um barco e morar dentro deste Atlântico Sul.

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