terça-feira, 26 de junho de 2007

Devaneios

Que vão e vem, num formato de sonho misturado com um sabor agridoce que impregna o olfato.
E as pernas não correspondem completamente ao comandos e muito menos à vontade.
O mundo vai girando ao redor, lentamente e lentamente novas sensações vão surgindo.
O mais engraçado é que tudo se assemelha à uma antiga experiência de adolescente, onde o gosto agridoce ficava impregnado na boca, onde os membros sentiam-se extremamente lerdos, pegajosos, como se houvesse algum tipo de revestimento plástico, alguma cola, ou algo que o valha.
A sensação é sempre a mesma.
Vertigem...
O mundo girando...
Os membros pesados...
Os membros pegajosos...
Os membros se arrastando lentamente...
Tudo derretendo...
Essa é a parte mais estranha, tudo derretendo... muito parecido com um quadro de Salvador Dali.
Tudo se fundindo... é como se toda a vida, todos os caminhos disponíveis levassem sempre ao mesmo ponto final.
Em todas as visões - VISÕES - vinha o antes, tudo como havia ocorrido até aquele momento. Vinha o momento em si, mas milésimos de segundos antes, vinham todos os passados alternativos, como se fosse um filme, ou um tipo de reconstituição fiel de tudo o que não aconteceu, mas que iria acontecer se eu trilhasse o outro e o outro caminho, até que o destino seria sempre o mesmo, seria sempre aquele em que eu me encontrava... Logo depois vinha o depois, mostrando apenas imagens desfocadas, derretidas e pegajosas, como se os olhos lacrimejassem algum tipo de cola, ou um líquido parecido com cera, ou glicerina, ou silicone líquido...
A sensação hoje é a mesma, e assim tem sido diariamente, tudo girando, estranhamente, os membros se arrastando, derretendo, as coisas derretendo, os lábios moles, desobedecendo os comandos do cérebro, a fala extremamente pastosa, os olhos cansados porém felizes pois sabem que estão prestes à repousar logamente...
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