sexta-feira, 5 de abril de 2013

"Já faz tempo que eu saí de casa pra viver no mar"*

E o mar, da vida, nunca é calmo.
Nunca, nem um pouco.
E o mar calmo, dizem, nunca ensinou nada ao marinheiro.
E o mar, assim como o peito,
Inflado, agonizante, chama, clama e não pára, nunca.
Preenche tudo, o mar,
Preenche tudo, conforta, abraça, acolhe, ama.
E as águas mais profundas, assim como o pensamento.
E as águas mais profundas, assim como as expectativas.
E as águas mais turvas, em noites sem lua,
De ondas geladas, que batem nas canelas, que gelam a espinha.
E o mergulho débil.
E o fôlego que falta.
E todo o sal que se engole,
No mar, Na vida, No amor, Na lida.
E nossos santos protetores,
E nossos guias espirituais,
E nossas crenças,
E nossos acordos, promessas, pactos, rituais.
E nossos corpos.
E os pés descalços, um sentimento.
E as vestes pesadas, uma carapaça.
E a armadura, uma proteção,
De quem?
Contra quem?
E o mergulho débil.
E o mar, o asfalto, os prédios.
E as pessoas, débil.
E todo sal que se engole,
Na vida, No amor, Na vida, Na ida e na volta.
E o fôlego que nos falta e ainda assim, nos dá esperança.
E cada braçada, um sorriso.
E cada esperança, uma braçada.
E a praia, um porto, seguro, alegre, distante.
E a entrega, o peito, o coração, o sorriso.
E o futuro.
E UM pensamento, o meu, apenas isso, apenas isso!

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*O texto é meu, o título, extraído da música do Mestre Ambrósio.

http://www.youtube.com/watch?v=CSDdt6q19lg

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