Delírio desperto
ou
Um som, um café, uma cerveja e muitas perguntas à serem respondidas
A música sussurrava tranquila pelo ambiente, a voz doce e aguda permeava toda a mente fazendo vir à tona uma centena de lembranças, pensamentos e reflexões acerca de expectativas não alcançadas, palavras não ditas e desejos não publicáveis.
O som dançava no ar, como fantasmas excitados pelos movimentos, gestos e o dedilhar de um teclado transcendental e invisível.
O som dançava no ar, ao comando de seus braços, seu corpo e além.
E os pensamentos iam e vinham, e a mente, agora anestesiada, aturdida e introspectiva fazia jorrar questionamentos sobre a forma como algumas decisões foram tomadas e fazia reavaliar posturas - quiçá - prematuras e muitas vezes pueril.
O trabalho, os filhos, as amizades e os amores bailavam em uníssono, embaralhando os pensamentos, perambulando pelo ar, lambendo a face, preenchendo as narinas e fazendo a cabeça flutuar como se não houvesse mais nada além daquele momento.
E a voz aguda, certeira...
E o som hipnótico, indescritível...
E os pensamentos, desejos e expectivas...
E um futuro improvável...
E um transe alucinado...E algumas imagens roubadas...
E tudo se acaba, se renova, reinicia...
E o infinito!
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