quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Salas abandonadas, xícaras vazias e um rombo no peito.


E o medo já não existe mesmo, mas ficam as expectativas, os sonhos e frustração.

E as mão dadas e antes bem apertadas, agora soltas titubeiam o ar grogue, dançam nos bolsos, coçam a cabeça e se esfregam o tempo todo.

E as horas seguem lentamente, e o relógio vai mostrando e relembrando duma rotina que já não existe, a hora de se levantar, preparar o café da manhã, passear com a cachorra, cuidar da horta, trabalhar, fazer a janta, te abraçar, beijar.

Os abraços, beijos e carinhos já não tem mais espaço, as mãos, trêmulas, coçam e se esquentam ao lembrar dos afagos que faziam, das carícias, do cafuné de puxada que lhe deixava em transe durante nossos filmes.

E a gente se machucou algumas vezes, mas as mão unidas sempre nos conduziam à razão.
E a gente se feriu muito, mas as mãos unidas sempre nos curou com afagos e carinhos.
E a gente foi aos extremos e viveu intensamente, eternamente e sem restrições, mas aí você largou a minha mão e não a quis junto de ti novamente.

E a dor voltou.
E o medo, a vergonha, a insegurança.

E não tem mais você, meu amor.

E só ficou a dor e a frustração de saber que essas mãos não estarão mais juntas.