Quando o efêmero deixa de ser apenas uma coisa momentânea e ganha um ar agraciado. Momentos efêmeros se tornam uma lembrança eterna, de algo que marcou profundamente a alma e a existência. São eventos que de alguma forma conseguiram impregnar a mente e certamente fazem de mim o que sou hoje, para o bem e para o mal. Este blog é sobre esses efêmeros e eternos momentos, os meus pequenos momentos, minha caixa de preciosidades, minhas lembranças, questionamentos e perguntas sem respostas...
sábado, 11 de novembro de 2017
Como se (in)completam as memórias
Tento agora acessar os labirintos da memória em busca de lembranças recentes, das cidades por onde passei, das pessoas que conheci e principalmente das conversas que tive ao longo desta cicloviagem.
Na estrada, de bici o tempo passa em tempo diferente do tempo que estamos acostumados.
A mente embaralha rostos, risos e feições de pessoas que tão rapidamente conhecemos e já nos tornamos próximos.
Fecho os olhos e tento me lembrar das conversas que tivemos, das idéias que surgiram e de planos futuros.
Faço anotações mentais e à caneta de nomes e passagens enquanto frases soltas de conversas desconexas vêm à tona e voltam a submergir.
Traço uma linha de tempo de lá até cá e nela colo cartazes com olhares, frases, sorrisos e outras abstratas expressões que me fazem reviver as últimas semanas, as últimas horas.
Fico parado, estático, na sala cheia, olhando o vazio, alheio às conversas em volta.
Observo cores, luzes e movimentos dos locais onde estou, me atento aos gestos das pessoas, algumas falas e prefiro ficar em silêncio.
Sorriso distante, olhar sereno, pedalando a mente.
Já nem sei mais dizer se hoje já é amanhã ou nem foi ontem ainda.
Sei que é tempo de ancorar, respirar, para então navegar e pedalar novamente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário