sábado, 11 de novembro de 2017

Quebranto

Rompeu-se então o cordão que prendia o japamala ao meu corpo.
Rompeu-se por si só, sem impacto, sem ter enroscado em lugar algum, rompeu-se por si mesmo, o cordão do meu japamala.
Rompeu-se numa explosão de energia, enrolado que estava em suas quatro voltas folgadas em meu pulso magricelo, energia pura e explosão, rompeu-se sem perder as suas 108 contas.
Rompeu-se e em meio a sua explosão, desenrolou-se do meu pulso como uma serpente se solta do entrelaço de um graveto no momento de dar seu bote.
Rompeu-se meu japamala, mas somente o cordão que prendia a sua volta em si mesmo, continuam unidas suas 108 contas e ainda contam os contos que nos momentos de reflexão contei em silêncio.
E no silêncio, após romper-se, serpenteia guardião meu japamala.

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